sábado, 5 de março de 2016

Água Santa, o debutante sensação



Para continuar o nosso giro pelos times de menor expressão do Paulistão 2016, nem precisamos ir tão longe da capital. A parada hoje passa pelo ABC, na cidade de Diadema. O tema deste artigo já diz muito sobre a equipe dos “aquáticos”. Pela primeira vez disputando o série A1 do estadual, a equipe vem fazendo bonito. Até aqui, são 7 jogos, 3 vitórias, 11 pontos ganhos e o segundo lugar no grupo D, que tem como líder o poderoso Corinthians. Ainda é cedo pra dizer se o Água Santa vai avançar para a próxima fase, mas a campanha como estreante já é digna de aplausos.

Fundado em 1981, o clube disputava apenas competições amadoras até 2011. Mas também, quando resolveu jogar pra valer contra os profissionais, a ascensão não parou mais. De 2013 a 2015 foram 3 acessos seguidos e agora faz história na elite do Paulistão. Idealizada por migrantes nordestinos, nortistas e até mineiros, conquistou os moradores da região, principalmente a partir dos anos 2000, quando começou a se destacar em competições da várzea. Tanto é que hoje calcula-se que sejam aproximadamente dez mil adeptos do clube, que sempre marcam presença no estádio Distrital do Inamar, a casa do Gigante de Diadema.

Pelo fato do estádio possuir apenas capacidade para 10 mil torcedores, ainda não se sabe se a equipe poderá mandar os jogos contra os grandes do Paulista lá. Até agora apenas uma goleada sofrida de 4×0 em confronto com São Paulo foi realizado em jogos diante dos maiores do estado.

Muitos jogadores famosos já passaram nesses quase 35 anos de clube. Claudecir, Dinei, Zinho e Capitão são apenas alguns deles. Mesmo na época sendo apenas um clube amador, contribuiu na formação de alguns jogadores  que hoje desfilam por clubes maiores do futebol  brasileiro, casos de Neilton (atacante) e Fábio Ferreira (zagueiro).

Hoje, vestem a camisa do clube alguns conhecidos que já jogaram por grandes times do Brasil, como Francisco Alex (meia ex-São Paulo), Guaru (meia ex-Guarani), Tchô (meia ex-Atlético Mg) e Eli Sábia (zagueiro-ex Santos).

As cores do clube obviamente homenageiam as águas. Azul e branco são predominantes no escudo e nos uniformes. Além disso, o mascote “Netuno”, em alusão ao rei romano dos mares, também justifica a admiração pelo elemento vital para a vida. O motivo pra tantas referências é o local onde ocorreu a fundação: próximo a estrada Água Santa e da represa Billings. O clube já enfrentou boatos de que era financiado por uma facção criminosa do estado e ganhou até o apelido de “time do PCC”, mas nada nunca foi comprovado. O próprio presidente do clube, Paulo Farias já ouviu estas insinuações mas com naturalidade desmente essa fama:


“Como era um time da várzea, milhões de pessoas passaram pela agremiação. E por ser em Diadema (considerada a 16ª cidade mais violenta de São Paulo em 2014), existia isso. Mas hoje não existe nenhum tipo de facção criminosa dentro da diretoria ou do clube. Pessoas mal intencionados espalharam esse boatos porque o time é de Diadema. E também foi espalhado por pessoas que são do time rival, o CAD (Clube Atlético Diadema) . Eu era sócio-fundador lá e teve um rompimento. Então saímos, assumimos o Água Santa e começaram esses boatos” comentou Paulo Farias, em entrevista ao portal terra.


Rivalidades à parte, Diadema hoje está festa com a representação da cidade no campeonato estadual mais equilibrado do país. O Esporte Clube Água Santa, um ex-time de várzea, é apenas mais um dos atrativos que o Paulistão oferece para a temporada 2016.


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