segunda-feira, 25 de agosto de 2014

JOGADOR DE FOOTBALL MANAGER COMANDARÁ EQUIPE REAL

E o vídeo game passou a ser negócio mais sério, pelo menos no mundo do futebol. O conhecido jogo Football Manager, o mais famoso game do estilo, foi o responsável pela contratação de um técnico por parte da futebol inglês. Exatamente, da frente do computador para o banco, na beira do campo.

O game, produzido pela Sports Interactive, simula as atividades de um verdadeiro dirigente e técnico do mundo da bola, cargo conhecido como manager, muito popular na terra da rainha. Lá, você é responsável por contratar jogadores, comissão técnica, organizar treinos e claro, participar das principais ligas de futebol que o clube escolhido possa jogar. Caso você vá bem em seu clube, até a seleção você pode vir a treinar, É praticamente um reality game. E foi demonstrando suas habilidades neste jogo que o jovem James Phillips, de apenas 22 anos, foi contratado para treinar o Romsey Town, equipe que disputa a Wessex League Division, equivalente a nona divisão inglesa. E se não bastasse isso, ele ainda se tornou o treinador mais jovem a treinar uma equipe profissional na competição, em 143 anos de existência da FA Cup (uma espécie de Copa do Brasil). 

Ou seja, James, independente de seus resultados, já fez história.

“Eu era uma daquelas pessoas tristes que, depois da escola, sentavam e ficavam lá por horas jogando Football Manager. Sempre tentava assumir um time bem pequeno e subir de divisões. Desde muito cedo isso me interessou, e agora estou fazendo isso na vida real. É um pouco diferente, com um pouco mais de pressão”, disse o rapaz.

Mas provavelmente você fez a mesma pergunta que eu, ao saber desse fato: James foi contratado apenas pelos resultados mostrados no FM? A resposta é não... Ainda mais na Inglaterra, que é extremamente rígida nessas questões. Para ser técnico lá, é necessário ter uma licença especial para exercer a função. E o curioso é que o jovem James já possuía esta licença. Quando tinha 16 anos, o cara concluiu a primeira etapa do curso para formação de treinadores da Football Association, a confederação inglesa. Além disso, James teve uma pequena experiência como auxiliar na equipe B do próprio Romsey Town, na temporada 2013/2014 e surpreendeu no cargo. Juntando as coisas, o convite de cima veio.

E a grande missão de James era fazer o time passar pelo Fareham Town, em partida única e eliminatória na competição FA Cup. Mas o jovem treinador falhou em seu primeiro desafio, pois em partida realizada no ultimo dia 16, sua equipe perdeu por 3 a 1. Pelo que parece, James Phillips terá muito trabalho a frente do Romsey Town, isso se ele for mantido no cargo.


Agora, já pensou se essa moda pega no Brasil? O cara vai bem no game e é chamado para treinar um clube nacional? Bom, se isso vai acontecer aqui eu ainda não sei, mas em todo caso,  acho que vou começar a elaborar meu currículo, numa dessas, vai que...

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

A máquina de Madrid

Quem imaginava que a constelação, ou melhor, o time do Real Madrid, vencedor da UEFA Champions League na temporada 13/14 era praticamente perfeito do meio campo pra frente, não tinha a mesma opinião da diretoria do clube.


Conhecido por sempre querer os jogadores mais midiáticos, destaques em outras competições, a equipe conseguiu ficar ainda mais forte nesta temporada, principalmente com as contratações do alemão Kross e do colombiano James Rodriguez, artilheiro e grande surpresa da Copa 2014. 

Mais incrível que os nomes do elenco, somente a alternativa que o técnico dos “merengues” Carlo Ancelotti encontrou para colocar todos (ou pelo menos a maioria) estes craques em campo na partida da final da Supercopa da Europa, uma escalação extremamente ofensiva e sem volantes. Muitos foram os comentários sobre a formação que o Real entrou contra o Sevilla na última terça, dia 12. E eu particularmente, fiquei profundamente admirado com a partida. Isso porque o grande destaque depois de Cristiano Ronaldo na ultima temporada, o argentino Di Maria, está praticamente descartado no Real e provavelmente será transferido, algo que sinceramente eu não entendi.

Mas voltando ao assunto: Ancelotti ontem, provou novamente que diversos craques podem jogar juntos sim, é só saber escalar. Um esquema que foi bastante elogiado na Copa de 70, o do Brasil com todos seus grandes craques jogando na mesma equipe, foi “ressuscitado” ontem pelo técnico madrilenho. As interpretações são diversas, mas fato é, volante de origem não começou jogando .


A explicação que eu encontrei pra isso, na verdade é muito óbvia e lógica: é só ficar com a bola na maior parte do tempo, pois quanto maior a qualidade dos passes, mais difícil será o adversário roubar a bola, exatamente como o Madrid fez ontem diante do Sevilla. Do meio campo pra frente, os nomes comprovam minha tese: Modríc, Toni Kroos, Bale, James Rodríguez, Cristiano Ronaldo e Benzema. Sem a bola, cada um preenche seu espaço, sua zona de movimentação no campo e com a bola, a velocidade do contra ataque é eficiente. Sim, foi contra um time médio e que se mostrou pouco perigoso na partida de ontem, mas a questão é que, a parte tática se aliou perfeitamente a técnica. Tony Kross e Modríc, os jogadores mais recuados na partida de ontem (me recuso a classifica-los como volantes) foram os grandes armadores deste time, já que James, o jogador teoricamente responsável pela criação no meio não teve destaque. Os dois chegavam com facilidade na área adversária e quando isto acontecia, a cobertura nas laterais ou nas alas era muito bem feita. E claro, a genialidade do atual melhor jogador do mundo fica ainda mais evidente, pois com grandes jogadores ao seu lado, tudo parece ficar ainda mais fácil pra ele. Dois gols, melhor em campo e o único título disputado que ele ainda não tinha agora está na estante da sua sala de troféus. 

A primeira vez do “time sem volantes” deu certo, resta saber se o esquema funciona contra adversários mais qualificados.

Quem sabe isso não signifique novos tempos no futebol, novas alternativas na parte tática e a volta dos tempos “românticos do futebol”, esquecidos na década de 70, onde o importante mesmo era fazer gols, não evita-los.