domingo, 24 de fevereiro de 2013

Chama o táxi... chama o garçom... Chama o Wágner!

Ao fazer minha rotina quase que diária de ler notícias relacionadas ao esporte pela internet, me deparei com esta interessante (ao meu ver) matéria do Portal UOL e por isso, resolvi me informar melhor sobre o tema.
Admito que ainda fico surpreso quando vejo notícias como essa, até porque, lembro da minha infância e juventude, quando assistia aos jogos na TV, deste jogador, que sinceramente sempre achei um bom goleiro. 

Sebastião Wágner de Souza e Silva, o ex-goleiro Wágner, abandonou qualquer carreira ligada ao futebol para seguir outro rumo. Hoje o mesmo cara que foi titular na conquista do campeonato brasileiro de 1995, pelo Botafogo, serve moquecas de peixe diariamente em seu estabelecimento, o "Bar do Wágner", um quiosque no mercado de peixes em Niterói. Antes disso, comprou 3 carros e montou uma frota de táxis, onde era um dos motoristas. Ele conta como seus clientes ficavam abismados ao saberem que o homem que dirigia o veículo era o mesmo que defendeu o gol o Alvinegro na década de 90:

"Tinha aquele carinho do torcedor. Eles pediam para tirar foto, mas muita gente achava que era pegadinha. Eu tinha que conversar muito e contar várias histórias para acreditarem”.

A mudança drástica de profissão em sua vida ocorreu por necessidade. A decepção com o Botafogo, clube que o destacou para o futebol, foi grande. Quando era preparador de goleiros do clube, Wágner se desentendeu com a diretoria após cobrar na justiça direitos trabalhistas e salários atrasados referentes a época em que ainda era jogador do clube, em 2002. Após encerrar a carreira, em 2004, tentou a sorte como treinador, primeiramente no Boa Vista. O inicio da carreira foi bom, quando quase levou a equipe a primeira divisão do Carioca. Já no São Cristovão a situação foi diferente. O ex-goleiro não gostava da forma que diretoria e empresários opinavam e influenciavam em seu trabalho e abandonou o comando técnico de vez. Depois disso voltou ao Fogão, como preparador de goleiros, trabalho que mais o agradou, até o desentendimento e a decepção com o clube.

“Quando completei meus 30 anos, sabia que uma hora iria acabar e fui me preparando. Futebol é ingrato, depois que você para não sabe se vai continuar no meio trabalhando. Sou meio sistemático, quero coisas certas e fiquei meio saturado”.

Wágner admite que um convite tentador para voltar a trabalhar com o futebol o balançaria, mas sabe que é difícil, principalmente pelo seu histórico recente:

“Eu escutaria uma oportunidade que não viesse a me prejudicar dentro do que faço. Se eu conseguisse conciliar com meu trabalho, eu pensaria. Não posso largar meu trabalho e a minha vida para tentar investir no futebol. É algo muito instável e inseguro. Vejo muita gente boa e desempregada. Você trabalha quatro meses, muda a diretoria e está desempregado. Não dá”.

SOBRE OS MIL GOLS DE TÚLIO

Na mesma matéria, outra declaração do goleiro me chamou a atenção. Wágner também comentou sobre a situação de Túlio Maravilha, amigo e jogador da época de glórias do Fogão:

“Queria que tivessem mais respeito pela pessoa e pelo profissional. Estou vendo de forma meio esquisita, vejo um certo descaso, não estão dando muito crédito. Até quem tinha que dar apoio, não dá. Por que o Botafogo não o escala no estadual?.

Esta, é apenas mais uma de várias histórias de ex-jogadores largados que precisam "dar seus pulos" pra não morrer de fome. Realmente o esporte brasileiro ainda não aprendeu a valorizar seus ídolos...

Como complemento deste post, segue abaixo uma entrevista do ex-goleiro para a série esportiva "Jogos para Sempre", do Globo e do Sportv, sobre a final do Brasileiro de 1995, Santos x Botafogo.