sexta-feira, 15 de agosto de 2014

A máquina de Madrid

Quem imaginava que a constelação, ou melhor, o time do Real Madrid, vencedor da UEFA Champions League na temporada 13/14 era praticamente perfeito do meio campo pra frente, não tinha a mesma opinião da diretoria do clube.


Conhecido por sempre querer os jogadores mais midiáticos, destaques em outras competições, a equipe conseguiu ficar ainda mais forte nesta temporada, principalmente com as contratações do alemão Kross e do colombiano James Rodriguez, artilheiro e grande surpresa da Copa 2014. 

Mais incrível que os nomes do elenco, somente a alternativa que o técnico dos “merengues” Carlo Ancelotti encontrou para colocar todos (ou pelo menos a maioria) estes craques em campo na partida da final da Supercopa da Europa, uma escalação extremamente ofensiva e sem volantes. Muitos foram os comentários sobre a formação que o Real entrou contra o Sevilla na última terça, dia 12. E eu particularmente, fiquei profundamente admirado com a partida. Isso porque o grande destaque depois de Cristiano Ronaldo na ultima temporada, o argentino Di Maria, está praticamente descartado no Real e provavelmente será transferido, algo que sinceramente eu não entendi.

Mas voltando ao assunto: Ancelotti ontem, provou novamente que diversos craques podem jogar juntos sim, é só saber escalar. Um esquema que foi bastante elogiado na Copa de 70, o do Brasil com todos seus grandes craques jogando na mesma equipe, foi “ressuscitado” ontem pelo técnico madrilenho. As interpretações são diversas, mas fato é, volante de origem não começou jogando .


A explicação que eu encontrei pra isso, na verdade é muito óbvia e lógica: é só ficar com a bola na maior parte do tempo, pois quanto maior a qualidade dos passes, mais difícil será o adversário roubar a bola, exatamente como o Madrid fez ontem diante do Sevilla. Do meio campo pra frente, os nomes comprovam minha tese: Modríc, Toni Kroos, Bale, James Rodríguez, Cristiano Ronaldo e Benzema. Sem a bola, cada um preenche seu espaço, sua zona de movimentação no campo e com a bola, a velocidade do contra ataque é eficiente. Sim, foi contra um time médio e que se mostrou pouco perigoso na partida de ontem, mas a questão é que, a parte tática se aliou perfeitamente a técnica. Tony Kross e Modríc, os jogadores mais recuados na partida de ontem (me recuso a classifica-los como volantes) foram os grandes armadores deste time, já que James, o jogador teoricamente responsável pela criação no meio não teve destaque. Os dois chegavam com facilidade na área adversária e quando isto acontecia, a cobertura nas laterais ou nas alas era muito bem feita. E claro, a genialidade do atual melhor jogador do mundo fica ainda mais evidente, pois com grandes jogadores ao seu lado, tudo parece ficar ainda mais fácil pra ele. Dois gols, melhor em campo e o único título disputado que ele ainda não tinha agora está na estante da sua sala de troféus. 

A primeira vez do “time sem volantes” deu certo, resta saber se o esquema funciona contra adversários mais qualificados.

Quem sabe isso não signifique novos tempos no futebol, novas alternativas na parte tática e a volta dos tempos “românticos do futebol”, esquecidos na década de 70, onde o importante mesmo era fazer gols, não evita-los.

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