Cadê o Foquinha?

Esses dias fui lembrar de mais um jogador que surgiu como grande promessa, mas depois de alguns anos sem o menor destaque simplesmente sumiu do mapa. Kerlon Moura Souza, o Foquinha, apareceu em 2005 no Cruzeiro, com apenas 18 anos e um enorme futuro pela frente. Abusado e habilidoso, sempre partia com a bola pra cima dos adversários, assim, o jogador se destacava. Criativo, inventou o "drible da foca", onde o jogador fazia embaixadinhas com a bola na cabeça, equilibrando e indo em direção ao gol, uma maneira inovadora de driblar e provocar DEMAIS os adversários, que eram incapazes de desarma-lo. Na seleção sub-17, ainda em 2005, foi eleito o melhor jogador do Sulamericano, conquistado pela seleção brasileira e ainda artilheiro da competição, com 8 gols. Mas o sucesso rápído e o drible mágico, fizeram com que o Kerlon ficasse marcado pelos adversários, que faziam de tudo para "caçar o Foquinha".
Em 2008 foi vendido para Chievo e mesmo em uma temporada com diversas lesões e pouco futebol, foi comprado pela Inter de Milão, muito mais por sua fama de Foquinha do que por seu desempenho atual. Sem conseguir se firmar ou sequer atuar com elenco principal da Inter, devido as sucessivas lesões, foi emprestado ao Ajax da Holanda.
Mas os problemas físicos o perseguiam e logo nas primeiras partidas pelo clube teve mais uma lesão séria, que o fizeram ser devolvido a Inter, onde mais uma vez ficou encostado e lesionado. Sem espaço na Inter e precisando jogar, já que as lesões eram cada vez mais frequentes, foi emprestado ao Paraná Clube no começo de 2011, acreditando que seu retorno ao Brasil poderia lhe trazer de volta o prestígio.
Triste engano, pois a insegurança e os problemas fisicos continuaram a atormentá-lo. Conseguiu jogar apenas 4 vezes pelo clube e quem o viu nessas partidas diz que era outro jogador, com medo das divididas, tímido, fugindo de entrevistas e declarações, sem confiança. O foquinha de 2005 parece que não existe mais. Dispensado também pelo Paraná, Kerlon tenta agora mais um recomeço, desta vez no Nacional de Nova Serrana (MG). Triste fase para quem surgiu como grande promessa e hoje, com apenas 23 anos e muitas lesões, luta para recuperar a confiança, a forma física e a carreira. Que não seja o fim do Foquinha!

KERLON - O FOQUINHA