Em 2015, eu assim como muitos,
fiquei surpresos quando anunciaram as quatro equipes promovidas para a 1ª
divisão do campeonato paulista do ano seguinte. Um dos times
"debutantes" me chamou bastante atenção e por isso, me comprometi a
escrever sobre ele no início de 2016, quando o Paulista começa-se, essa equipe
é o Grêmio Novorizontino.
Sim, o nome é o mesmo, mas como
se sabe, aquela equipe que surpreendeu a todos quando chegou na final do
Paulistão de 1990 contra o Bragantino, na decisão que ficou conhecida como a
"final do interior", infelizmente decretou falência em 99. Mas assim
como o tradicional Rangers da Escócia, que depois de ser extinto, foi refundado
e começou do zero no país, o novo Novorizontino também renasceu e em 2001
retomou as atividades como clube amador, anos depois se afiliou novamente à
Federação Paulista e iniciou uma nova trajetória.
A semelhança com o antigo time da
cidade de Novo Horizonte não é mera coincidência. As cores, o mascote, o hino, o
uniforme e até o apelido de "Tigre do Vale" são os mesmos, tudo para
tentar resgatar ao máximo os habitantes da cidade e os torcedores do clube de
antigamente. A grande diferença está no nome e no escudo. O clube antigo
chamava-se Grêmio Esportivo Novorizontino e no escudo, além da data de fundação
de 13/03/1973 ficava apenas a sigla do clube: G.E.N. No reinício, a nova data
de fundação consta no escudo (11/03/2001) e a sigla foi substituída pelo nome
completo do time: Grêmio Novorizontino, sem o "esportivo" que
constava no registro antigo.
Fora isso, tudo igual, inclusive
o estádio, o tradicional Jorge Ismael de Biasi. E assim como aquele time que
fez história no início dos anos 90, sob o comando do técnico Nelsinho Baptista
e que revelou jogadores como Alessandro Cambalhota (que foi peça importante no
ressurgimento do clube) e o zagueiro campeão mundial em 94 Márcio Santos, o
novo Tigre também já realizou suas façanhas. Em 2012 disputou e foi promovido
na quarta divisão do Paulistão, apenas dois anos depois de anunciar que
voltaria a disputar torneios oficiais, quando filiou-se novamente à FPF. A
partir daí, só alegrias. Seguidas promoções no estadual e até o título em 2014
na Série A3. Nesse mesmo ano também voltou a disputar a Copa SP de Juniores,
valorizando também seu trabalho nas categorias de base.
Enfim em 2015 o sonho se
realizou. Com o vice-campeonato na série A2, perdendo a final para a
tradicional Ferroviária de Araraquara, o Novorizontino alcançou o retorno a
primeira divisão do futebol do estado. Agora em 2016, o objetivo é modesto mas
também complicado: é não ser rebaixado. O técnico atual, assim como nos anos
90, também é ex-jogador e famoso e busca sua primeira conquista como
comandante, Guilherme, ex-atacante de grandes clubes e da seleção é o
responsável a frente da equipe de Novo Horizonte. Jogadores conhecidos como
Jéci, Richarlyson e Pedro Carmona também estão no elenco a fim de honrarem o
compromisso com o clube.
Semelhanças não faltam e o
objetivo é complicado, mas ainda sim, em tempos de clubes-empresa, é bom ter de
volta um time que faz questão de resgatar e associar sua nova história com as
glórias do passado. Sorte e honra ao novo Novorizontino.